Condições Sociais de Emergência de Um Subcampo Esportivo: o Caso do Parkour
Por: Alessandra Vieira Fernandes, Giuliano Gomes de Assis Pimentel, Juliano de Souza e Vinícius Machado de Oliveira.RETOS. Nuevas Tendencias en Educación Física, Deporte y Recreación - n.38 - 2020
Resumo
Esse artigo analisa a constituição histórica do subcampo esportivo do parkour sob a perspectiva teórica de Pierre Bourdieu. Remete-se à uma abordagem sociológica de caráter descritivo-analítico, cujo material empírico expressa-se na produção online dos praticantes. Em linhas gerais, o processo de desenvolvimento do parkour evidencia a influência da midiatização dos bens culturais e a incorporação de elementos da lógica esportiva que produziram transformações na estruturação da modalidade e no habitus dos agentes. O surgimento de instituições reguladoras, programas de profissionalização e competições introduziram e acentuaram uma distinção entre amadores e profissionais, configurando relações de poder no interior da prática.
Referências
Aggerholm, K., & Larsen, S.H. (2016). Parkour as acrobatics: an existential phenomenological study of movement in parkour. Qualitative Research in sport, exercise and health, 9(1), 69-86.
Almeida, A.J.M., & Dulce Suassuna, M.F.A. (2010), Práticas corporais, sentidos e significado: uma análise dos jogos dos povos indígenas. Revista Movimento, 16(4), 53-71.
American Parkour (2014). APK College Affiliate Program. Recuperado de http://americanparkour.com/apk-u
American Parkour (2015). Art of Motion in Review. Recuperado de http://americanparkour.com/articles/art-of-motion-in-review
American Parkour (2020). Women’s Community. Recuperado de http://americanparkour.com/women
Art du Deplacement And Parkour Teaching [ADAPT] (2020a). Adapt Qualifications. Recuperado de http://adaptqualifications.com
Art du Deplacement And Parkour Teaching [ADAPT] (2020b). Coach Certifications, Recuperado de https://adaptqualifications.com/collections/coach-certifications-1
Badaró, L.F., & Souza, J. (2018). O subcampo do montanhismo como espaço de disputas: interpretações sociológicas a partir da narrativa de Jon Krakauer em “No ar rarefeito”. Revista da Alesde, 9, 284-298.
Bourdieu, P. (1983). Como é possível ser esportivo? In Bourdieu, Pierre (Ed.), Questões de sociologia, Rio de Janeiro: Marco Zero, p. 136-153.
Bourdieu, P. (1989). O poder simbólico, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Bourdieu, P. (1990), Programa para uma sociologia do esporte. In Bourdieu, P. (Ed.), Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990, p. 207-220.
Chagas, R.R., Rojo, J.R., & Girardi, V.L. (2015). O processo de esportivização de uma modalidade: o parkour enquanto prática espetacularizada. Revista da Alesde, 5(1), 21-33.
Delgado, A.A., & Gómez, G.A. (2018). Valores del espectáculo de fútbol en el estadio: un estudio de caso. Retos. Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte y Recreación, 33, 96-101.
Fernandes, A.V. (2018). Transpondo muros socioculturais: relações de gênero e empoderamento de mulheres no Parkour. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, Brasil.
Fernandes, A.V., & Galvão, L.K.S. (2016). Parkour e valores morais: ser forte para ser útil. Motrivivência, 28(47), 226-240.
Fernández-Río, J., & Suarez, C. (2014). Feasibility and students’ preliminary views on parkour in a group of primary school children. Physical Education and Sport Pedagogy, 21(3), 281–294.
Ferreira, F.D.C., Souza, J., & Marchi-Júnior, W. (2017). O processo de difusão do kung fu no ocidente: entre o sentido de perda e a inevitabilidade da perda do sentido. Motrivivência, 29(51), 13-27.
Gus, N. (2011). Parkour and the Multitude: Politics of a Dangerous Art. French Cultural Studies, 22(1), 73-85.
Hagerty, C. (2016). A history of competition in parkour 2007-2015, Recuperado de http://extremesportsx.com/2016/05/03/a-history-of-competition-in-parkour-2007-2015
Jubé, C.N. (2019). O Método Natural de Georges Hébert: princípios e primeiras influências (1905-1914). Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 1-8.
Jubé, C.N., & Dalben, A. (2017). Amid Progress and Wilderness: Early Reception of Georges Hébert’s Naturist Ideas in Brazil During the First Half of the Twentieth Century. The International Journal Of The History Of Sport, 34(14), 1541-1562.
Jubé, C.N., Quitzau, E.A. (2019). Georges Hébert e a legitimação do esporte no Brasil: notas a partir da imprensa (1920-1930). Motrivivência, 31(57), 1-23.
Kidder, J.L. 2017. Parkour and the City: Risk, Masculinity, and Meaning in a Postmodern Sport. New Brunswick: Rutgers University Press.
Lasheras, I.N., Arruabarrena, O.U., Martos-García, D., Standal, O.F. (2019). Comprensión de la habilidad desde la perspectiva del futuro profesorado de Educación Física. Retos. Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte y Recreación, 36, 121-128.
Lebreton, F., Router, G., Héas, S., & Bodin, D. (2010), “Cultures urbaines et activités physiques et sportiveses: La sportification du parkour et du street golf comme médiation culturelle. Revue Canadienne de Sociologie, 47, 293-317.
Lessa, P.R., & Silva, M.M. (2017). O ciclismo de estrada e a construção de uma cultura nacionalista: um olhar sobre o tour de France. Movimento, 23(1), 407-418.
Leyden-Rotawisky, J. (2013). Parkour, cuerpos que trazan heterotopías urbanas, Revista Colombiana de Antropología, 49(2), 41-61.
Lordêllo, A.F. (2011). Abordagem histórico-crítica do parkour, seu processo de expansão e realidade na cidade de Salvador/BA. Monografia de Especialização, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil.
Marchi, K.B., Souza, J., Marchi-Júnior, W., & Cavichiolli, F. R. (2017). Surf to tow-in – by an analysis of emergency the field “boards sports”. Journal of Physical Education, 28(1), 1-11.
Marchi-Júnior, W. (2004), “Sacando” o Voleibol: do amadorismo à espetacularização da modalidade no Brasil. São Paulo: Editora Hucitec.
Murillo, J.C.C. (2020). Prácticas corporales alternativas: parkour, una forma de ser en la ciudad Alternative body practices: parkour, a way of being in the city. Retos. Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte y Recreación, 38, 411-416.
Origuela, M.A., & Silva, C.L. (2012). El Deporte y la Televisión: El papel del profesional de Educación Física. Retos. Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte y Recreación, 22, 33-37.
Parkour Generations (2020a). Parkour Generations. Recuperado de http://parkourgenerations.com
Parkour Generations (2020b). Shirley Darlington-Rowat. Recuperado de http://parkourgenerations.com/?team=shirley-darlington-rowat
Paz, B., Souza, J., Barbosa-Rinaldi, I.P. (2018). A constituição de um subcampo esportivo: o caso da ginástica rítmica. Movimento, 24(2), 651-664.
Perriére, C., & Belle, D. (2014). Des origine à la pratique Parkour, Paris, Amphora.
Potter, B.D. Tracing the Landscape: Re-Enchantment, Play, and Spirituality in Parkour. (2019). Religions, 10, 1-11.
Proparkourbr (2015). Manifestações Desafio Urbano de Parkour. Recuperado de https://proparkourbr.wordpress.com/2015/01/04/manifestos-desafio-urbano-de-parkour
Raymen, T. (2019). The Paradox of Parkour: Conformity, Resistance and Spatial Exclusion. In Raymen, T., & Smith, O. Deviant Leisure: Criminological Perspectives on Leisure and Harm. Londres: Palgrave Macmillan.
Rius, J. B., & Flix, X. T. (2019). El juego del cornerball, un pre-texto del pasado para crear debate en la educación física del presente. Retos. Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte y Recreación, 37, 810-819.
Rojo, J. R., Starepravo, F. A., Mezzadri, F. M., & Silva, M. M. (2017). Corrida de rua:
reflexões sobre o “universo” da modalidade. Corpoconsciência, 21(3) 82-96.
Souza, J. (2010). O xadrez em xeque: uma análise sociológica da “história esportiva” da modalidade. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.
Souza, J. (2011). A reflexividade metodológica de Pierre Bourdieu como modelo heurístico para leitura do esporte no Brasil – potencialidade e contribuições. In Marchi-Júnior, W. (Ed.). Ensaios em Sociologia do Esporte, São Paulo: Factash Editora. p. 29-53.
Souza, J., & Marchi-Júnior, W. (2012). Rupturas e tensões no processo de constituição estrutural do subcampo esportivo do xadrez (1900-1960). Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 34(3), 557-570.
Souza, J., & Marchi-Júnior, W. (2017). “Bourdieu e a Sociologia do Esporte: contribuições, abrangência e desdobramentos teóricos. Tempo social, 29, 243-286.
Stramandinoli, A.L. M., Remonte, J.G.; Marchetti, P.H. (2012). Parkour: história e conceitos da modalidade. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, 11(2), 13- 25.
Thibault, V. (2014). Parkour and the art du déplacement: strength, dignity, community. Montréal: Baraka Books.
Úbeda-Colomer, J.M. ‘Como una chica’: un estudio provocativo sobre estereotipos de género en educación física. (2019). Retos. Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte y Recreación, 36, 74-79.
Ugolotti, N.M. Parkour, leisure and neoliberal cityscapes: a twobook review. (2019). Parkour, leisure and neoliberal cityscapes: a twobook review. Leisure Studies, 38(4), 568-574.
World Freerun Association (2014). Barclaycard World Freerun Championships. Recuperado de http://archive.li/3eD8Z
World Freerunning and Parkour Federation [WFPF] (2020a). Lady WFPF. Recuperado de http://www.wfpf.com/lady-wfpf
World Freerunning and Parkour Federation [WFPF] (2020b), Coaching Certifications, Recuperado de https://wfpf.com/parkour-certifications/
Yescom (2014). Regulamento Desafio Urbano de Parkour. Recuperado de http://www.yescom.com.br/desafiourbano/2014/portugues
Yescom (2015). Regulamento Desafio Urbano de Parkour. Recuperado de http://www.yescom.com.br/desafiourbano/2015/portugues
Tags: Parkour