Aptidão Aeróbia e Amplitude dos Domínios de Intensidade de Exercício no Ciclismo
Por: Benedito Sérgio Denadai, Camila Coelho Greco, Fabrizio Caputo e Renato Aparecido Corrêa Carita.Revista Brasileira de Medicina do Esporte - v.19 - n.4 - 2013
Resumo
INTRODUÇÃO: A determinação dos domínios de intensidade de exercício tem importantes implicações na prescrição do treino aeróbio e na elaboração de delineamentos experimentais.
OBJETIVO: Analisar os efeitos do nível de aptidão aeróbia sobre a amplitude dos domínios de intensidade de exercício durante o ciclismo.
MÉTODOS: Doze ciclistas (CIC), 11 corredores (COR) e oito indivíduos não treinados (NT) foram submetidos aos seguintes protocolos em diferentes dias: 1) teste progressivo para determinação do limiar de lactato (LL), consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e sua respectiva intensidade (IVO2máx); 2) três testes de carga constante até a exaustão a 95, 100 e 110% IVO2máx para a determinação da potência crítica (PC); 3) testes até a exaustão para determinar a intensidade superior do domínio severo (Isup). As amplitudes dos domínios (moderado < LL; LL > pesado < PC; PC > severo < Isup) foram expressas como percentual da Isup (VO2).
RESULTADOS: A amplitude do domínio moderado foi similar entre CIC (52 ± 8%) e COR (47 ± 4%) e significantemente maior no CIC em relação ao NT (41 ± 7%). O domínio pesado foi significantemente menor no CIC (17 ± 6%) em relação ao COR (27 ± 6%) e NT (27 ± 9%). Em relação ao domínio severo não foram encontradas diferenças significantes entre os CIC (31 ± 7%), COR (26 ± 5%) e NT (31 ± 7%).
CONCLUSÃO: O domínio pesado de exercício é mais sensível a mudanças determinadas pelo nível de aptidão aeróbia, existindo a necessidade de que se atenda ao princípio da especificidade do movimento, quando se pretende obter um elevado grau de adaptação fisiológica.